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Apple: Entre o Sucesso do iPhone 17 e os Desafios da Inovação e Serviços

Após o lançamento do iPhone 17, a Apple conseguiu desviar o foco do mercado de sua aparente deficiência em Inteligência Artificial, trazendo a atenção de volta para seu principal negócio: os iPhones. No entanto, a empresa enfrenta um cenário complexo, com ciclos de troca de aparelhos cada vez mais longos e uma concorrência acirrada tanto no hardware quanto nos serviços, como o streaming de música.

Narrativa Desviada: O Foco Volta ao iPhone

Segundo Alex Kantrowitz, fundador da Big Technology, em uma recente aparição na CNBC, a Apple obteve uma vitória estratégica ao fazer com que o mercado voltasse a discutir a qualidade de seus smartphones. “É uma ótima notícia para a Apple que a pauta sobre a empresa não seja mais sua atuação em Inteligência Artificial. Estamos voltando às raízes da Apple, que é ser uma excelente fabricante de celulares”, afirmou Kantrowitz.

Ele destaca que, embora a falta de progresso em IA “ainda seja um problema”, a empresa conseguiu “mudar a narrativa” por enquanto. “Os consumidores estão respondendo positivamente às melhorias do novo modelo, como maior durabilidade e melhor vida útil da bateria. As pessoas estão fazendo fila para comprar os novos aparelhos não só em Nova York, mas também na China, o que é um sinal muito importante”, completou o analista.

O Dilema da Inovação e a Pressão da Concorrência

Apesar do sucesso do lançamento, a Apple enfrenta o desafio de revolucionar o iPhone a cada ano. Uma pesquisa do UBS indica que o ciclo de atualização de um iPhone nos Estados Unidos já chega a 35 meses. Outro relatório, da Consumer Intelligence Research Partners, aponta que cerca de 63% dos usuários mantêm seus aparelhos por mais de dois anos.

Essa desaceleração coloca a Apple em uma posição delicada, especialmente em mercados-chave como a China, onde precisa limitar seus preços para se manter competitiva. Empresas como Samsung e Xiaomi continuam a lançar dispositivos com hardware e software avançados, mantendo a pressão sobre a gigante de Cupertino no mercado asiático.

A Batalha nos Serviços: Apple Music vs. Spotify

Enquanto a empresa lida com os desafios no mercado de smartphones, outra frente de batalha crucial é a de serviços, perfeitamente exemplificada pela rivalidade entre Apple Music e Spotify. Recentemente, o Spotify começou a liberar áudio lossless (sem perdas) para seus assinantes premium, um recurso que o Apple Music já oferece desde 2021. Isso acirra a competição entre os dois maiores players do streaming de música.

Experiência do Usuário e Recursos da Plataforma

A escolha entre os dois serviços muitas vezes se resume à experiência do usuário. O Spotify é amplamente elogiado por seu sistema de recomendação e por recursos sociais, como playlists compartilhadas e a retrospectiva anual Spotify Wrapped. Além disso, a plataforma integra músicas, podcasts e audiolivros em um único aplicativo.

Já o Apple Music separa músicas e podcasts em aplicativos distintos e se destaca por suas playlists selecionadas por curadores, estações de rádio ao vivo, como a Apple Music 1, e uma interface que muitos usuários consideram mais limpa e direta. A preferência por uma ou outra plataforma é subjetiva e depende do que cada ouvinte mais valoriza.

Qualidade de Áudio, Conectividade e Consumo de Dados

Ambos os serviços funcionam na maioria dos dispositivos. No entanto, o Spotify leva uma pequena vantagem com o Spotify Connect, que permite que smart speakers e outros aparelhos se conectem diretamente ao serviço via Wi-Fi, garantindo melhor qualidade de áudio sem depender de tecnologias de menor largura de banda como Apple AirPlay ou Google Cast.

Em termos de qualidade, o áudio lossless do Spotify atinge até 24-bit/44.1kHz, um pouco acima da qualidade de CD. A Apple, por sua vez, oferece opções superiores, com arquivos lossless padrão em 24-bit/48kHz e Hi-Res Lossless que chegam a 24-bit/192kHz. Isso se reflete no consumo de dados: enquanto o Spotify consome cerca de 1GB por hora, os formatos da Apple podem variar de 2GB a 8GB por hora. Para quem usa fones de ouvido Bluetooth, a diferença pode ser mínima, mas para audiófilos com equipamentos de alta fidelidade, a vantagem da Apple é notável.

Preços e Planos de Assinatura

Os planos individuais do Spotify Premium e do Apple Music têm preços semelhantes, com a Apple sendo ligeiramente mais barata. Ambos oferecem planos familiares, de dupla e para estudantes. O Spotify ainda conta com uma versão gratuita com anúncios. O grande trunfo da Apple é o pacote Apple One, que inclui outros serviços como Apple TV+ e Apple Arcade, agregando valor para quem já está imerso em seu ecossistema. Por outro lado, o Spotify por vezes oferece pacotes para estudantes que incluem acesso ao Hulu nos EUA, criando um incentivo extra para assinantes mais jovens.

No final, a escolha entre os dois gigantes do streaming depende das prioridades de cada um, seja a qualidade sonora, os recursos da plataforma, a compatibilidade com dispositivos ou o custo-benefício. Com a chegada do áudio lossless ao Spotify, a disputa fica ainda mais acirrada, mas a preferência pessoal continua sendo o fator decisivo para a maioria dos usuários.

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AirPods devem ganhar função de tradução simultânea com gesto ativador no iOS 26

Novo recurso escondido na versão beta do iOS 26

A Apple está desenvolvendo, de forma discreta, uma função de tradução em tempo real para os AirPods. Arquivos encontrados na sexta versão beta do iOS 26 revelam que os fones de ouvido poderão atuar como tradutores simultâneos em conversas presenciais. A descoberta foi feita por desenvolvedores e publicada pelo site 9to5Mac.

Tradução ativada por gesto

O sistema incluiria uma nova forma de ativação: ao pressionar simultaneamente as hastes dos dois AirPods — especificamente os modelos AirPods Pro de 2ª geração e AirPods de 4ª geração — o modo de tradução seria acionado. Gráficos internos do sistema mostram a saudação “Olá” em diversas línguas, evidenciando a integração com o aplicativo Traduzir (Translate) da Apple.

A funcionalidade permitiria, por exemplo, que um usuário que fale inglês conversasse com outra pessoa que fale espanhol. O iPhone captaria o áudio, processaria a tradução e reproduziria a fala traduzida diretamente nos AirPods. As respostas seriam convertidas de forma inversa e projetadas em viva-voz pelo iPhone. Todo o processamento deve continuar sendo feito no iPhone, já que os fones, por si só, não possuem capacidade computacional suficiente.

Apple Intelligence e exigências de hardware

Essa inovação depende do Apple Intelligence — a nova suíte de recursos baseados em inteligência artificial da empresa — e requer dispositivos compatíveis com a tecnologia. Para utilizar a tradução simultânea, usuários precisarão de um iPhone 15 Pro ou superior, iPad com chip M1, Mac ou até Apple Watch com processador compatível. Há especulações de que o recurso será exclusivo da futura linha iPhone 17, o que explicaria seu sigilo até o momento.

A demanda por processamento da fala em tempo real é alta. Para garantir traduções com baixa latência e alta qualidade, a Apple parece optar por limitar o recurso aos seus dispositivos mais recentes, mantendo a tradição de priorizar a experiência do usuário.

Tradução ao vivo já faz parte do ecossistema

A função de tradução simultânea com os AirPods seria uma extensão natural dos recursos de tradução ao vivo já anunciados para chamadas FaceTime, ligações e mensagens no iOS 26. Atualmente, a tradução ao vivo nas mensagens suporta nove idiomas, enquanto nas chamadas por voz e vídeo, o suporte está limitado a cinco.

Ao integrar os AirPods nesse sistema, a Apple amplia ainda mais as possibilidades de seu ecossistema de dispositivos inteligentes, aproximando-se da ideia de um intérprete digital de bolso — algo que empresas como Meta (com seus óculos Ray-Ban), Google (Pixel Buds) e Microsoft (Translator) já vêm explorando.

Lançamento pode acontecer em breve

Apesar de a Apple não ter confirmado publicamente a funcionalidade, a presença dos arquivos no sistema indica que o lançamento pode estar próximo. A empresa costuma incluir esse tipo de código apenas quando os recursos já estão em estágio avançado de desenvolvimento.

Segundo o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, a Apple decidiu não anunciar a novidade durante a WWDC 2025 porque a tecnologia ainda não estava pronta. A empresa buscava evitar uma repetição dos atrasos enfrentados com recursos da Siri apresentados em 2024.

A nova função pode ser liberada já no lançamento do iOS 26 ou em uma atualização futura, dependendo do cronograma interno da empresa.

AirPods como intérpretes do futuro

Se confirmada, a função de tradução ao vivo nos AirPods representará mais um passo importante da Apple no segmento de inteligência artificial aplicada a dispositivos vestíveis. O recurso atende uma demanda crescente do mercado por ferramentas que facilitem a comunicação global em tempo real, principalmente em viagens, reuniões internacionais e contextos multiculturais.

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Apple e Meta mostram que a nova fase da IA é corporativa

Grandes empresas apostam na inteligência artificial

A corrida pela supremacia em inteligência artificial (IA) ganhou um novo capítulo com o fortalecimento das estratégias corporativas. A startup Anthropic, avaliada recentemente em mais de US$ 60 bilhões após uma rodada de investimentos, tem colhido frutos significativos: venceu uma disputa judicial de direitos autorais com possíveis implicações para o futuro da IA e agora surge como candidata a fornecer tecnologia para a nova versão da assistente Siri da Apple.

Segundo reportagem da Bloomberg, a Apple estaria considerando integrar soluções de IA de empresas terceirizadas em sua assistente virtual, possivelmente deixando de lado os esforços internos. A medida é parte de uma movimentação maior para não perder terreno na corrida tecnológica contra rivais como Google e Meta.

Meta intensifica ofensiva em IA

Paralelamente, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, tem conduzido uma estratégia agressiva para atrair os melhores talentos do setor. Com ofertas que chegam a US$ 100 milhões, ele tenta convencer especialistas de empresas concorrentes a se juntar à Meta. Após não conseguir adquirir a startup Safe Superintelligence, Zuckerberg teria voltado seus esforços para atrair o próprio CEO da empresa.

Além disso, a Meta investiu US$ 14 bilhões na Scale AI, empresa de rotulagem de dados, e contratou seu principal executivo, Alexandr Wang, para liderar uma nova unidade dedicada à superinteligência dentro da companhia.

A nova fase corporativa da inteligência artificial

Esses movimentos sinalizam uma mudança fundamental no setor de IA: se os últimos anos foram marcados por avanços tecnológicos impressionantes e novidades em infraestrutura, o momento atual foca em integração com o consumidor e estratégias de mercado. A narrativa deixa de ser sobre computação e pesquisa e passa a valorizar negociação, marketing e recrutamento. Entramos na fase em que a IA deixa os laboratórios e entra nos conselhos de administração.

A popularização das tecnologias como Claude, ChatGPT e Gemini levanta uma questão essencial: se todas se tornam igualmente poderosas, o que de fato as diferencia? Quando a IA se torna uma commodity, como a internet ou os mecanismos de busca, a vantagem competitiva passa a estar nas estratégias de posicionamento e não na tecnologia em si.

Apple: desempenho forte no trimestre, mas com cautela

A valorização da IA no ambiente corporativo coincide com a atualização da recomendação da Jefferies sobre as ações da Apple. A empresa elevou a classificação dos papéis de “venda” para “manter”, com aumento no preço-alvo de US$ 170,62 para US$ 188,32. O analista Edison Lee destacou a força das vendas no trimestre encerrado em junho, mas manteve cautela quanto às perspectivas para o próximo trimestre.

Vendas na China impulsionam resultados

Dados da Counterpoint indicam que as vendas globais de iPhones em abril e maio cresceram 15% em relação ao ano anterior — o maior crescimento desde o terceiro trimestre de 2021. Lee atribui parte desse resultado a um aumento de demanda motivado por tarifas e à recuperação de mercado na China. A expectativa é de que a receita e o lucro por ação do terceiro trimestre do ano fiscal de 2025 cresçam 8% e 10%, respectivamente — acima das estimativas do mercado.

Durante o festival chinês 618, uma das maiores datas do e-commerce no país, as vendas de iPhones aumentaram 19% em relação ao mesmo período do ano anterior. O analista destaca que os descontos e subsídios oferecidos pelo governo foram cruciais nesse desempenho e reforçam a intenção da Apple de manter sua fatia de mercado na China.

Previsões para o iPhone 17 geram preocupação

Apesar do bom desempenho recente, Lee vê com reservas o segundo semestre. Ele prevê crescimento nulo nas vendas de iPhones na segunda metade de 2025, citando a antecipação de compras para abril e maio e a ausência de novidades relevantes no iPhone 17. Para o trimestre de setembro, o analista reduziu em 11% sua estimativa de unidades vendidas, projetando 46,3 milhões de unidades — uma queda de 6% em relação ao ano anterior.

Conclusão: o futuro da IA será definido no mercado

A transformação da IA em uma ferramenta corporativa está em pleno andamento. Com Apple, Meta e outras gigantes definindo estratégias de integração, aquisição de talentos e investimentos bilionários, o setor caminha para uma nova etapa. Agora, não basta apenas desenvolver uma IA poderosa — é preciso saber como vendê-la, integrá-la ao cotidiano do consumidor e, principalmente, manter-se competitivo em um mercado cada vez mais saturado de soluções similares.

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Samsung e Apple deveriam se inspirar na Fujifilm X100VI para reinventar as câmeras de seus celulares

Costumo testar os melhores celulares com câmera do mercado, mas recentemente decidi comprar uma câmera dedicada. Mesmo carregando todos os dias um Galaxy S25 Ultra e um iPhone 16 Pro — que são verdadeiros gigantes da fotografia móvel —, comprei uma câmera feita para ser simples. E não me arrependo.

Meus celulares oferecem zoom óptico de até 5x, com alcance digital ainda mais impressionante. A câmera que escolhi, no entanto, possui uma lente fixa, com um campo de visão apenas um pouco mais amplo do que o da visão humana. Parece contraditório, mas há um motivo claro para essa escolha.

Apesar de me surpreender constantemente com os avanços das câmeras dos smartphones, acredito que empresas como Samsung, Apple e tantas outras ainda podem aprender muito com modelos como a Fujifilm X100VI e outras câmeras compactas modernas de alta qualidade.

O Galaxy S25 Ultra possui cinco câmeras. O iPhone 16 Pro, quatro. Seus sensores principais mal chegam a medir três quartos de polegada na diagonal. Os sensores menores, responsáveis pelo zoom periscópico, são ainda mais diminutos: 0,4 polegadas no Samsung e 0,33 no iPhone.

Já minha Fujifilm X-T5 utiliza um sensor APS-C, consideravelmente maior — cerca de 1,12 polegada na diagonal. Não chega a ser um sensor full-frame, como os utilizados em câmeras profissionais de 35mm, mas mesmo assim supera em muito qualquer sensor de smartphone.

Alguns modelos de celulares de marcas como Oppo e Xiaomi até contam com sensores de uma polegada — os maiores disponíveis atualmente em smartphones. Curiosamente, esses aparelhos ainda não chegaram ao mercado dos Estados Unidos.

Mas por que tanto foco no tamanho do sensor? Porque essa é a especificação que realmente faz diferença na qualidade da imagem. E nos celulares, a disparidade entre os sensores grandes e pequenos é enorme — o que afeta diretamente o resultado final das fotos.

Então, por que Samsung ou Apple não adotam sensores full-frame? A resposta está nas limitações físicas e energéticas dos smartphones. Esses sensores exigem mais espaço e mais potência — duas coisas escassas em dispositivos tão compactos.

O problema é que os fabricantes acabam seguindo o caminho oposto: ao invés de investir em um único sensor de alta qualidade, enchem os aparelhos com diversos sensores pequenos que, no fim, não entregam imagens verdadeiramente memoráveis.

É admirável o que os smartphones tentam fazer. Os melhores modelos hoje oferecem desde ultra-angular (equivalente a 18mm) até teleobjetivas superiores a 200mm, com abertura ampla (f/1.6) e foco macro. Você até pode encontrar uma lente 18-200mm para câmeras, mas não com essa abertura — e se encontrar, custará milhares de reais.

Todo celular tenta alcançar um objetivo quase impossível: cobrir desde o ultra-wide até o supertele com foco microscópico. Mas, ao perseguir esse ideal, acabam fazendo concessões que prejudicam o resultado. São aparelhos tecnicamente impressionantes, mas que muitas vezes falham em entregar fotos dignas de serem salvas, impressas e guardadas com carinho.

O que eu desejo ver nos celulares com câmera? Um único sensor grande — não cinco sensores minúsculos. Uma lente de excelência — e não um emaranhado de vidros dobrados e minúsculas aberturas. O espaço economizado ao remover sensores extras poderia ser usado para uma câmera de verdade, com resolução suficiente para um zoom digital decente.

O grande problema da Fujifilm X100VI é que ela está praticamente impossível de comprar. Todos os varejistas confiáveis estão com o modelo esgotado por meses, enquanto o mercado paralelo está repleto de ofertas suspeitas ou com preços até 25% acima do valor original.

Talvez isso mostre que o público também está em busca de algo mais simples, mais direto e, sobretudo, mais eficaz. Está na hora dos celulares darem um passo atrás para darem um salto à frente — e isso pode começar se inspirando em uma câmera como a X100VI.

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Como os AirPods Pro 2 da Apple finalmente me conquistaram

Sempre fui um verdadeiro entusiasta da Apple. No meu bolso, você sempre encontrará um iPhone. Em minha mesa, há dois MacBook Pros, e no armário do escritório estão guardados diversos notebooks antigos da Apple, desde MacBook Airs até os restos de um PowerBook G3. Na sala de estar, há um Mac mini, e recentemente levei quatro iMacs antigos para descarte eletrônico. Em casa, temos quatro Apple TVs em uso ativo e outras tantas aposentadas nas prateleiras. Nossa rede de áudio é estruturada em torno de dois HomePods e quatro HomePod minis. No meu pulso, uso um Apple Watch Ultra 2.

No entanto, até dois meses atrás, você jamais me veria usando os AirPods da Apple. Isso mudou quando um dos meus filhos me presenteou com um par de AirPods Pro 2 no Natal.

Comprei os AirPods alguns anos depois do lançamento, mas nunca os usei com frequência, exceto para compará-los com outros fones de ouvido sem fio. Testo equipamentos de áudio há quase duas décadas, e, diante da enorme quantidade de fones sem fio de marcas renomadas que já avaliei, os AirPods sempre pareceram apenas medianos. Eu gostava do design, mas o som era muito fraco em comparação com outros modelos, os fones de plástico liso não ficavam bem fixos nos meus ouvidos e, além disso, não tinham cancelamento de ruído ativo (ANC).

Porém, os AirPods Pro 2 mudaram completamente minha percepção, especialmente para minhas idas semanais à academia.

Até o início de janeiro, eu usava um par de fones de condução óssea para malhar. Mas algo começou a acontecer – suspeito que tenha sido alguma atualização do iOS ou do watchOS – e, de repente, meu Apple Watch passou a transmitir a música para o iPhone dentro do meu armário, em vez de para os fones. Mesmo estando conectados via Bluetooth, a música tocava no alto-falante do iPhone, audível através da porta do armário. Atualizar os dispositivos não resolvia o problema, e acabei encontrando uma solução temporária: reiniciar o Apple Watch e os fones do outro lado da academia, longe do armário e fora do alcance do Bluetooth do iPhone. Só então eles se pareavam corretamente – um processo irritante e nada prático.

Cansado dessa situação frustrante, decidi levar os novos AirPods Pro 2 para a academia e fiquei impressionado com a diferença.

A conexão com o Apple Watch foi instantânea e confiável. O cancelamento de ruído ativo funcionou perfeitamente, enquanto o modo Transparência permitiu que eu conversasse sem precisar mexer nos controles. A qualidade sonora me surpreendeu: detalhes nítidos, agudos cristalinos e graves impactantes – muito superiores aos AirPods convencionais. Os AirPods Pro 2 vêm com ponteiras de silicone, e uma das opções encaixou perfeitamente nos meus ouvidos (o que sempre foi um problema com fones intra-auriculares). O isolamento é excelente, e os fones nunca caíram durante meus treinos.

Outra vantagem é a praticidade da recarga. A cada duas semanas, tiro o estojo da bolsa da academia e o coloco no meu carregador MagSafe da Nomad por algumas horas. Manter os fones prontos para uso não poderia ser mais fácil.

No final das contas, os AirPods Pro 2 provaram ser um acessório indispensável para meu dia a dia. Finalmente, um produto de áudio da Apple conseguiu me conquistar.

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Apple Enfrenta Obstáculos na China para Lançar Inteligência Artificial no iPhone

Um alto funcionário regulador em Pequim declarou que o processo de aprovação será mais simples se o grupo tecnológico americano estabelecer parcerias com empresas locais.

Apple enfrenta desafios significativos para lançar seus próprios modelos de inteligência artificial (IA) para iPhones e outros dispositivos na China. Um alto funcionário de Pequim alertou que empresas estrangeiras enfrentarão um “processo longo e difícil” para obter aprovação, a menos que colaborem com grupos locais.

O CEO da Apple, Tim Cook, chegou à China na última segunda-feira, marcando sua terceira visita ao país este ano, enquanto a empresa busca navegar pelo complexo sistema regulatório chinês e levar sua Apple Intelligence aos dispositivos vendidos no país.

Parcerias Locais em Negociação

Nos últimos meses, a Apple tem mantido conversas com empresas de tecnologia chinesas para viabilizar o uso da Apple Intelligence na China. Em outubro, a empresa começou a disponibilizar um conjunto de recursos de IA nos Estados Unidos para iPhones e outros dispositivos.

Segundo fontes familiarizadas com o assunto, a Apple também está considerando operar seus próprios modelos de linguagem de grande porte (LLMs) na China. No entanto, um importante regulador de tecnologia chinês afirmou ao Financial Times que empresas estrangeiras como a Apple enfrentariam um processo de aprovação complexo e demorado para operar seus próprios modelos. Ele sugeriu que estabelecer parcerias com empresas locais seria a melhor estratégia.

Processos de Aprovação e Regulamentações

O representante da Administração do Ciberespaço da China explicou que seria relativamente “simples e direto” para fabricantes estrangeiros de dispositivos utilizarem LLMs já aprovados por grupos chineses. O comentário foi feito durante a Conferência Mundial da Internet, realizada na cidade de Wuzhen, a oeste de Xangai, na semana passada.

Na China, todas as empresas que desejam oferecer serviços de IA generativa ao público precisam passar por um rigoroso processo de aprovação, que geralmente envolve testes oficiais de seus LLMs. Apesar da pressão regulatória, a Apple não comentou sobre a questão.

Estratégia da Apple e Desafios no Mercado Chinês

Em 2023, a Apple tem trabalhado para se reposicionar no mercado global de tecnologia, investindo fortemente em IA. A empresa aposta que os consumidores atualizarão seus dispositivos para acessar novos recursos que não estarão disponíveis em modelos mais antigos do iPhone.

No entanto, as vendas da Apple na China enfrentam dificuldades devido a uma campanha estatal que desestimula o uso do iPhone entre funcionários públicos e a um sentimento nacionalista crescente em meio às tensões entre EUA e China.

Além disso, a volta da Huawei, considerada um “campeão nacional” chinês, representa outro grande desafio para a Apple. A Huawei já integrou funcionalidades de IA generativa em seus dispositivos mais recentes, aumentando ainda mais a concorrência no mercado local